O presidente do Vitória, António Miguel Cardoso, voltou a apontar duras críticas ao atual modelo de governação do futebol português, denunciando a concentração de decisões num grupo restrito de dirigentes. Segundo o líder vitoriano, “os antigos almoços dos quatro na Liga passam agora para a Federação”, numa referência direta à alegada continuidade de práticas que excluem a maioria dos clubes.

António Miguel Cardoso alerta que o futebol nacional “atravessa problemas demasiado graves para continuar mergulhado neste silêncio”. Entre os dossiês mais sensíveis, destaca a arbitragem, onde considera existir “decisões por esclarecer”, acusando ainda a Federação Portuguesa de Futebol de não dar resposta às preocupações dos seus associados: “a Federação não resolve os problemas nem ouve a maioria dos clubes”.

O presidente do Vitória sublinha que este padrão se tem repetido sempre que há crises: “o modus operandi mantém-se — fala-se apenas com os mesmos quatro de sempre”. Para o dirigente, esta forma de atuação impede um verdadeiro debate representativo: “O futebol português não pode continuar a ser gerido em reuniões privadas de um pequeno círculo conveniente de quatro, enquanto a maior parte dos clubes permanece sistematicamente com a própria voz afastada das decisões.”

As declarações de António Miguel Cardoso reacendem a discussão sobre transparência e pluralidade no processo de tomada de decisões, num momento particularmente sensível para o futuro do futebol português.